Dom Casmurro










Autor: Machado de Assis
Título: Dom Casmurro
Ano: 1899

Dom casmurro é um considerado um clássico da literatura universal, um romance escrito por Machado de Assis no século XIX.
Conta a estória de um casal que se apaixona na adolescência (Bentinho e Capitú) mas que enfrenta um grande obstáculo para ficar junto, pois a mãe do Bentinho fizera uma promessa de dar o seu filho para o sacerdócio. Embora não fosse vontade dela que este fosse padre.
Bentinho foi ao seminário mas acabou abandonando antes do tempo, pois apareceu uma outra forma de cumprir-se com a promessa sem que ele fosse necessariamente padre.
Mandou-se um escravo no lugar deste.
Ele foi estudar direito e virou um grande advogado. Casou-se com Capitú e viveram momentos felizes até nascer o seu filho Ezequiel.
O nome Ezequiel foi uma homenagem feita a um grande amigo de Bentinho, Ezequiel Escobar, que conheceu no seminário. Este também abandonou o seminário para virar comerciante, e contou com ajuda financeira de Dona Glória, mãe de Bentinho.
Escobar era muito querido na família de Bentinho. Ele acabou se casando com a Sancha, amiga de colégio de Capitú. Estes tiveram uma filha que chamada Capitolinha em homenagem a Capitú.
Escobar morreu afogado, mas antes deixara uma carta ao Bentinho. Que não foi revelado na obra o seu teor.
Mas a vida do casal Bento e Capitú começou a azedar quando o menino Ezequiel foi crescendo e ganhando feições de seu amigo Escobar. Daí nasceu a desconfiança.
Bento tentava evitar contacto com a criança, mas esta amava tanto o pai que sempre corria atras dele.
Certo dia Bento decide suicidar-se. Comprou um veneno, dissolveu-o no chá e quando ia tomar apareceu o Ezequiel, todo amoroso. Por um momento pensou em dá-lo para a criança, mas sua consciência acusou e desistiu. Foi nesse momento em que ele revelou que não era seu pai e Capitú ouviu, daí veio a discussão e pedidos de esclarecimentos.
O casal decide separar-se.
Para não chamar atenção de todos, eles fazem uma viagem para Suíça onde o Bento volta sozinho pra casa.
Passado algum tempo, a Capitú perde a vida e mais tarde Ezequiel decide procurar pelo seu pai. Até porque este recebeu-o bem, embora a semelhança com seu falecido amigo fosse ainda maior e perturbadora. Ainda assim, Bento prontificou-se a custear as despesas de uma viagem que Ezequiel pretendia fazer à Israel. E foi lá onde este perde a vida.
Bento viveu muito tempo sozinho, parte dele com o Tio Cosme. Um agregado familiar que o tinha como pai, que o acompanhou durante toda a caminhada, desde o seminário até a faculdade. Ele era querido por todos, embora fosse loquaz.

Nota do Leitor
Achei a obra riquíssima intemporal.
O autor deixa pontas soltas para que cada leitor faça a sua ligação. Ora vejamos, ao longo do texto não aparecem indícios de traição entre Escobar e Capitú. Até porque, esta nos é apresentada como uma mulher virtuosa. No entanto a morte de Escobar por afogamento, a mim pareceu suicídio, pois no texto deixam claro as habilidades náuticas deste. E o facto de ele ter deixado uma carta para o amigo que mudou o seu temperamento desde então.
Acabou se tornando num casmurro exactamente pela vida solitária que ele levou, sem contar que a ideia de traição o assombrou durante a vida toda.

Amei o diálogo que o narrador, neste caso o Bentinho ia mantendo comigo durante a leitura do texto. Houve um capítulo, que não recordo qual em que ele diz para não virar a página ou algo parecido. De repente vi-me a dar gargalhadas pois pareceu-me que estivesse mesmo a falar comigo de forma particular.
Em fim, é uma obra rica em termos de linguagem, a forma como as personagens são descritas, principalmente a interação entre o narrador e o leitor.
Recomenda-se.

MS




Comentários