Venenos de Deus, Remédios do Diabo
Autor: Mia Couto
Título: Venenos de Deus, Remédios do Diabo
Título: Venenos de Deus, Remédios do Diabo
Ano: 2008
É uma obra do escritor moçambicano Mia Couto, que conta a História de um médico, que por causa de uma paixão, foi parar a Vila Cacimba.
Dr. Sidónio teve um caso com a mulata Deolinda, quando esta foi a uma
formação em Portugal.
Sidónio recebeu uma carta supostamente escrita por ela, dando
conta de que seu pai encontrava-se doente precisando de cuidados.
O médico Sidónio acabou cuidando, não só do Bartolomeu, pai
de Deolinda, como também dos soldados que padeciam de meningites, e de toda a Vila Cacimba, pois foi trabalhar no posto
de saúde da vila.
No tempo de Salazar, Bartolomeu foi durante uma dezena de anos o mecânico na casa das máquinas do transatlântico, atravessando mares no fundo de um porão tão escuro quanto o seu actual quarto. E foi o único negro a fazer parte da tripulação.
Enquanto isso, Sidónio acreditou, durante muito tempo, que Deolinda estivesse
numa formação fora e que voltaria para a Vila Cacimba.
Para o seu azar, acabou
descobrindo que esta já não se encontrava viva, e as circunstâncias da sua
morte, também, não eram claras.
Havia tanta verdade falsa sobre Deolinda que deixou o médico
frustrado e com vontade de se livrar daquela vila.
Primeiro lhe foi contada uma versão segundo a qual Deolinda
perdera a vida vítima de um aborto, de uma gravidez que pertencia a Sua Excelência
Administrador da Vila Cacimba.
Mas este desmentiu essa História. Mais tarde veio uma versão
que dava conta de que o Bartolomeu violara sua própria filha, o que fez com que
a Dona Munda vivesse com raiva dele e com vontade de o matar a qualquer
momento.
Munda era uma mulher batalhadora, solitária e cheia de mágoas da vida.
Essa obra é, na verdade, um antro de falsidades, pois até o próprio
médico era uma farsa. Ele não tinha diploma de médico, apenas tinha estudado
medicina ainda não estava licenciado para trabalhar como tal.
No fim o falso médico ficou a saber que, Deolinda nem era
filha de Dona Munda e Bartolomeu mas sim irmã de Munda. O administrador assim
como o Bartolomeu eram apaixonados por ela.
O casal inventou a História de paternidade pois a Dona Munda não
podia conceber e quando chegaram a Vila Cacimba a Deolinda era bem pequenina,
dai que decidiram manter essa farsa.
O Bartolomeu e sua Excelência Administrador corrupto, foram colegas no tempo do
colono. O primeiro era mecânico e sua excelência não me lembro ao certo qual
era a sua função. Só sei dizer que Bartolomeu, nas suas idas a Portugal acabou engravidando
uma moça que lhe deu uma filha, filha esta que escondeu até da sua esposa Munda.
Com o fim do colonialismo viu-se separado da filha o que deixou o seu mundo mais sombrio. Enquanto que sua Excelência Administrador acabou destituído, depois de ter escapado a morte por envenenamento por parte de Dona Munda.
Nota do Leitor
É uma obra interessante, como tantas de Mia Couto. Há sempre
algo por aprender. Se não é na escrita, no reflexo de um Moçambique pós colonial, nos neologismos moçambicanizados, é nos
provérbios e/ou nas expressões idiomáticas. Mas sempre aprendemos alguma coisa.
Só não gostei muito da forma como a história termina, pois
adoro finais felizes. E este, pra mim, foi "trágico".
Gostava de ter visto a Deolinda a ficar com o médico ou que
ao menos ele tivesse a oportunidade de vê-la nem que fosse pela ultima vez.
Teve tanto
trabalho, coitado, cuidando do suposto pai dela e de toda a Vila Cacimba, para
nada.
Não achei justo!
Em fim, o escritor sabe porque escolheu esse fim para o Doutor Sidónio.
Leiam a obra, recomendo!
MS
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